Admiro quem sabe garimpar felicidade.
Sai, vai à luta, prospecta além das cercanias íntimas. Esbalda-se de satisfação, extasia-se de efemeridades...
Depois volta-se à realidade até uma nova investida sistemática. Pessoas com características assim são seguras. Aventuram-se mas sabem onde estão os oásis. Eu sou um introspecto de sutil timidez e não tenho instinto caçador mas também sei, a minha maneira, cultivar a felicidade. Sei que a fonte do meu ser está na essencialidade que me identifica. O que perfuma, nutre e dá cor ao meu conteúdo infinito está sempre ao meu alcance. Basta um mergulho nas profundezas d'alma para abraçar a primavera, pintar uma aquarela, sorrir em pensamento.
É uma felicidade sob medida, tem sabor de exclusividade. Uma felicidade semeada pela esperança e cultivada por um lavrador incansável.