Luiz Rodas
Um olhar, um lampejo... Lembranças na gaveta.
Textos
Transbordando o vazio
Para mim, não é nada efêmera, a solidão. Esse substantivo feminino, de poucos encantos,  visitou-me, pela primeira vez, há décadas.
Doído estado de ausência; de vazio espiritual, que se instalou no meu íntimo e fez-me, compulsoriamente, um ser inquieto.
Ensinou-me os primeiros passos do eu sozinho. Adaptou-me às vivências numa ilha do mar multidão. Saqueou-me a paz que finjo ter. Levou-me a harmonia que insisto recuperar. Mixou, misturou, confundiu meus melhores pensamentos. Tirou-me o foco, o norte, a direção, o meu farol...Tornou-me um navio sem porto, um pássaro sem ninho, um guerreiro sem causa, um andarilho sem descanso. A solitude assumiu meu sobrenome! Ofertou-me, uma tristeza ocultada no coração e um punhado de ótimas lembranças de um passado, clamando presente.
Luiz Rodas
Enviado por Luiz Rodas em 14/10/2018
Comentários