Luiz Rodas
Um olhar, um lampejo... Lembranças na gaveta.
Textos
Nosso dualismo diário
Aqui refletindo o quanto é complexo entender esse padrão recorrente do pensamento desde os primórdios da filosofia.

Porém vamos tentar compreender a realidade e a condição humana dividindo-as, como fizeram os primeiros filósofos, em dois princípios básicos, conflitantes e opostos.

Jamais poderemos negar a coexistência irredutível do corpo e do espírito, do bem e do mal.

Também sabemos o quanto são antagônicos e dessemelhantes a forma e a matéria; a essência e a existência, a aparência e a realidade, e daí por diante.

Vivemos, inegavelmente, de realidades opostas, de duas substâncias irredutíveis entre si, incapazes de uma síntese final ou de uma recíproca subordinação.

Dualismo é um conceito religioso e filosófico que admite a coexistência de dois princípios necessários, de duas posições ou de duas realidades contrárias entre si, como o espírito e matéria, o corpo e a alma, o bem e o mal, e que estejam um e outro em eterno conflito.

Os filósofos materialistas não admitem a existência do lado espiritual, da alma.

Descartes foi o primeiro filósofo a expor a existência de duas diferentes espécies de substâncias, espiritual (o espírito) e material (o corpo), com o cérebro estabelecendo ligação entre elas.

Considerando o cérebro como ponte desses dois extremos, começo a entender o valor das virtudes.

A vida, pródiga de sabedoria em toda parte, demonstra o princípio da cooperação em todos os seus planos.

Vejamos os exemplos citados:

"O verme enriquece a terra e a terra sustenta o verme".
"A fonte auxilia as árvores e as árvores conservam a fonte".
"O solo ampara a semente e a semente valoriza o solo".
"As águas formam as nuvens e as nuvens alimentam as águas".
"A abelha ajuda a fecundação das flores e as flores contribuem com as abelhas no fabrico do mel".

Na colaboração mútua encontramos a chave que abrirá novos caminhos, quebrando as barreiras do individualismo e vivendo a verdadeira fraternidade.

O ser realmente belo é aquele que se entrega, não à imagem refletida numa superfície refletora, mas se doa profundamente, por amor, aos outros.

A vida na terra é a abençoada oportunidade de aprendizado para cada indivíduo. É a bendita chance de reatar os laços rompidos em existências passadas ou estreitar o afeto iniciado com alegria.

O verdadeiro eu é a alma imortal, a alma que aprende, que luta, que se desenvolve.

A verdadeira beleza está no Espírito que se liberta das amarras do materialismo preponderante.

Ser atencioso, ser caridoso, ser afetuoso, enfim, romper a concha do egoísmo e descobrir na doação aos semelhantes, a alegria de viver.

Diz um sábio provérbio chinês:

"Se há luz na alma, haverá beleza na pessoa!"
Luiz Rodas
Enviado por Luiz Rodas em 07/01/2018
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