NOSSOS CAMINHOS TORTUOSOS
Por Luiz A G Rodas

     Analogicamente, nos referimos à vida como uma grande caminhada. Assim sendo, entendemos como o sonhado destino, a Felicidade.
     Longínqua, inatingível, impossível, dirão muitos.
     Mas é fato. As trajetórias e intinerarios traçados pelo Criador a toda criatura, merecedora ou não, têm sempre a luz divina nas mais diversas veredas e vielas.
     Os atalhos, embora raros, são encontrados pela renúncia, benevolência, maturidade e dedicação ao próximo.
     As traiçoeiras e conflitantes encruzilhadas, surgem bem à nossa frente, caracterizadas pela nossa pequenez d'alma, pela assumida ociosidade, pela nossa prejudicial ignorância.
     O Amor imensurável de Deus é a recompensa no final das tantas trilhas abertas pela nossa fé.
     Nas estradas planas e perfumadas pelas paixões sem regras, encontramos caminhantes equívocados, mendigos do entendimento, vendedores da discordia que, frequentemente, apagam as pegadas do seu semelhante com detritos de mágoas e sofrimentos.
     Sentimos que as provações e sacrifícios pesam na nossa bagagem mas, em contrapartida, a leveza nos chega através da abnegação, da disciplina e do autoconhecimento.
     Na bagagem de mão, as pedras e espinhos são símbolos do descuido humano com sua autoconfiança, com as suas necessárias convicções.
     As ausências de ternura, de energia afável, de tolerância, nos levam a pensar em um prematuro abandono da nossa incômoda bagagem. Pensamos duas vezes diante do espelho da alma alheia. Os reflexos da compaixão aceleram nossos passos.
     Ao cadenciarmos o ritmo, encontramos, nas acidentadas margens, boas sementes para reflorir nosso caminho. E, os retornos, parecidos com retrocessos, nos oportunizam recuperar aquelas bagagens perdidas, jamais esquecidas. Seus conteúdos de fidelidade, de sentimentos, de identificações reencontradas, são alimentos necessários ao aperfeiçoamento da moral e elevação do espírito.
     Companheiras de jornada, as sugestões e conversas são o combustível de um desejo sincero de ajuda. As longas distâncias são vencidas pelo diálogo, pelo sorriso, pela alegria.
     Jamais somos multados por desrespeitar as placas da inércia, dos prazeres efêmeros, da preguiça vergonhosa.
     A Felicidade, nosso sonhado destino, tem sua base alicerçada, construída, paulatinamente, pelo Amor, pela Caridade, pela Esperança.
     Felizmente, temos o providencial auxílio de alguém, próximo ou não, a nos segurar  nos vacilos e fraquezas de um espírito em evolução.
     Não compramos o bilhete de acesso à grande e valiosa nave chamada Vida, porém, temos a chegada garantida pelo seu próprio Condutor, Absoluto e Supremo.
     Façamos uma boa viagem!