Ausência não é Abandono
AUSÊNCIA NÃO É ABANDONO
Por Luiz A G Rodas
Meu jeito desligado no agir é uma característica reveladora de quem não é mestre da arte de viver. Somente Ele, há mais de dois mil anos, viveu a plenitude de luz para o semelhante, de brilho da esperança, de chama acesa da fé.
Através da humildade, poderemos ser brasas desse fogo do bem.
Fui habitante do frio território da indiferença, conheci o esconderijo da dor e muito me fizeram falta as amenizantes compressas de carinho.
Jesus, fonte de referência, fonte de verdade e vida, sempre estruturou minhas ações, meu pensamento. Através dele, pude sentir a alegria do renascimento do amor ágape, maduro, adormecido no meu coração mas regado na intimidade fértil do imortal espírito.
No cotidiano, pessoas da nossa estima, constantemente, nos reclamam por eventuais ausências, parecidas com abandono. Defendo-me alegando que jamais, longe dos olhos de quem amo, ocupei meu tempo com futilidades ou atos desabonadores que pudessem deixá-las infelizes. De abandono, felizmente, foram meus atos libertadores dos vícios... da ignorância.
Por quase seis décadas, aprendi que a melhor maneira de viver a vida, na sua totalidade, é distribuindo, indistintamente, o amor através da voz, do brilho dos olhos, do abraço fraternal, do cumprimento sincero e da paz efetiva.
Aprendi que existem pessoas preparadas para contenda, para discórdia, para propagação do ódio. Mas também não esqueci que a aparente fragilidade de quem não usa o revide, sempre vence a falsa fortaleza dos que esmagam a todo custo.
Jamais tomei partido ou hasteei a bandeira do preconceito. Consciente das minhas inúmeras falhas, busco contribuir para a evolução do espírito que meu corpo abriga. Possuo um considerável estoque de sentimentos de compaixão, solidariedade e tolerância. Tenho, na bagagem, a providencial confiança em não acreditar somente naquilo que está ao alcance dos meus físicos sentidos.
Não me proponho somente a orar, a pedir, a esperar. Procuro agir em favor do meu semelhante, das suas aspirações.
Concluo, parafraseando, parcialmente, o belo texto Amor Eterno, de autoria desconhecida:
"quando tivermos que partir, as lembranças do que fomos e do que fizemos, aquecerão as almas dos nossos amores, amenizando o vazio da nossa ausência física".
E, com a missão cumprida, observarei, de onde estiver, que ficou uma ausência, uma lacuna. Jamais um abandono!
Luiz Rodas
Enviado por Luiz Rodas em 06/07/2017
Alterado em 06/07/2017